sábado, 29 de setembro de 2012

De Fernando Pessoa

"Sinto, por vezes, um temor espantado das minhas inspirações, dos meus pensamentos, compreendendo quão pouco de mim é meu."

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Inspirações verdadeiras.

Uma vez me perguntei sobre a origem das inspirações que produzem obras que encantam e fazem pensar sobre temas que abordam as relações humanas e o mundo físico. Tentei rascunhar analogamente momentos, circunstâncias e fatos que poderiam se converter em espelhos para quem os lêem. Decidi por plagiar a linha melódica de grandes e reconhecidos versos tentando compor uma grande resenha. Desapontei-me ao ver que nada daquilo que redigi tocava integralmente no que pretendia dizer. Quão inculto é o homem mesmo quando agrega tanto conhecimento. Não são as palavras meticulosamente empregadas e alocadas como peças em um tabuleiro de xadrez que tornam uma ideia precisamente clara e harmônica. As palavras não contém vida se aquele que as usa não enxertá-las com emoção e verdade. Não afirmo que tudo que é escrito tem em seu teor a veracidade como origem inspirativa, mas nunca encontrei alguém que não houvesse colocado nas linhas de suas composições uma ponta daquilo que crê ou tenha vivido, experimentado de fato. Concluo que a verdadeira inspiração criativa não parte somente das técnicas e aplicações das regras da língua padrão, mas da capacidade de despojar-se das máscaras e das cintas que aprisionam as verdadeiras formas do homem. Sendo real a prática da humildade, será capaz a reflexão em palavras e o fluir das atitudes que tornam férteis as ideias e bela a maneira de expressá-las.   

domingo, 23 de setembro de 2012

De Miguel Torga

Manhã
Fresca manhã da vida, recomeço
Doutros orvalhos onde o sol se molha.
Nova canção de amor e novo preço
Do ridente triunfo que nos olha.

Larga e límpida luz donde se vê
Tudo o que não dormiu e germinou;
Tudo o que até de noite luta e crê
Na força eterna que o semeou.

Um aceno de paz em cada flor;
Um convite de guerra em cada espinho;
E os louros do perfeito vencedor
À espera de quem passa no caminho.

Mais uma semana!

"Bendito quem inventou o belo truque do calendário, pois o bom da segunda-feira, do dia 1º do mês e de cada ano novo é que nos dão a impressão de que a vida não continua, mas apenas recomeça..." (Mário Quintana)

domingo, 16 de setembro de 2012

Realidade

Use e jogue fora WALCYR CARRASCO (é jornalista, autor de livros, peças teatrais e novelas de televisão)
Minha ficha caiu há alguns anos, na época do videocassete. Quando o meu quebrou, enviei a um técnico para consertar. Custou 25% do valor de um zero. Alguns meses depois, voltou a quebrar. Mais 25%. Na terceira vez, joguei o aparelho fora e comprei um novo. Não compensava continuar arrumando. Desde então, percebi que as coisas não são feitas para durar. Tanto que me referi à “época do videocassete”. Nem faz tanto tempo assim. Hoje impera o DVD. Até a próxima invenção.

Tudo fica defasado tão rapidamente que até assusto. Meu celular tem dois anos e é velho. Já surgiram dois novos modelos, com uma infinidade de recursos que eu não saberia usar. Com exceção de crianças e adolescentes, antenadíssimos, a maior parte das pessoas também não tem ideia de como usar todo o aparato tecnológico. Mas trocam de celular. Ou tablet. Sentem-se antiquados sem o novo modelo. Tive um freezer que durou uns 20 anos. Os novos aparelhos quebram num tempo relativamente curto. Já mandei consertar minha máquina de lavar roupa várias vezes. Chega boa. Algum tempo depois estraga. Estou prestes a desembolsar a grana por uma nova.
Também mudo de computador com frequência. É meu instrumento de trabalho. São tantos os programas e possibilidades que fico cada vez mais confuso. Começo a ter saudades dos velhos modelos, da cibernética movida a lenha, mais fáceis de lidar.

Antes as coisas nos pertenciam. Agora, paga-se uma tarifa pelo tempo em que as usamos. Às vezes, explicitamente, como no caso do telefone. Houve um tempo em que se comprava a linha. Era uma propriedade. Virou um pagamento mensal. Em outros casos, a ideia de aluguel é mais sutil: parece que o produto é feito para quebrar em determinado prazo. Muitas vezes, a pessoa mal acaba de pagar e já tem de comprar um novo. Então, está sempre pagando por aquilo que usa.

Fui do tempo em que o Orkut era o máximo. Atualmente, é considerado um tanto brega. Os antenados preferem o Facebook e o Twitter. O MSN já não faz tanto sucesso. O Instagram vem ganhando força. Mas tudo pode mudar de um instante para outro. Basta um sujeito lá no Vale do Silício inventar um novo programa e cria-se um hábito diferente.
Sou do tempo em que se consertavam sapatos. Se furava, o sapateiro da esquina botava meia-sola. O hábito acabou. O sapato, o tênis são descartáveis. Se a camisa rasga, quem manda consertar?

A ideia do use e jogue fora contaminou a forma como vivemos. Antes, emprego podia ser para toda a vida. Existiu até uma lei, isso sim há muito tempo, em que os trabalhadores, depois de anos de trabalho numa empresa, adquiriam estabilidade. Não podiam ser demitidos. A palavra mais falada na administração atual é “renovar”. O que significa exatamente? Que entra um novo executivo, demite um bando de gente e bota novos funcionários no lugar. Quando o chutado é um executivo importante, o coitado ainda tem de engolir um comunicado dizendo que foi “buscar novos desafios”. Quem tem capacidade de “renovação” é bem-visto no mercado. Mas e o fator humano? Pessoas são jogadas fora como um liquidificador fora de moda.
Eu me pergunto o que aconteceu com meus amigos do Orkut. A gente se falava sempre. Chegamos a organizar em minha casa um jantar só do grupo que gostava de conversar entre si. Havia um bolo enfeitado por morcegos, já que meu apelido era Morcegão por sempre entrar à noite. Confesso: eu perdi as senhas de meus orkuts. Nem entrar consigo. Também descartei as pessoas, admito. Falo no Facebook e no Twitter. Sinto que sensação do instantâneo não é exclusiva das relações surgidas pela internet. Vejo isso muito nas montagens de peças de teatro e nas novelas que faço. Durante o trabalho, faço muitos amigos. Jantamos juntos, vamos a festas, nos vemos sempre. Trocamos confidências, até as mais escabrosas. Termina a temporada ou acabam as gravações, nos despedimos com um jantar repleto de promessas.

– Olha aqui, não some!
– Eu te ligo!

A relação se esfiapa. Não acontece só no meio artístico. Nas empresas é igual. Se alguém sai de um emprego, ainda vê os antigos colegas por algum tempo. Depois, adeus!
Use e jogue fora se tornou o lema da atualidade.

Tenho simpatia pelos colecionadores de vinil. Acreditam que algo deve ficar. É preciso não se deixar levar pela maré. Diante dos novos aparelhos, é uma questão de economia. Nas relações pessoais, trata-se de sabedoria. Na vida, há muita coisa que merece permanecer.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Érico Veríssimo II

A amizade é um amor que nunca morre.
A amizade é uma virtude que muitos sabem que existe,
alguns descobrem, mas poucos reconhecem.
A amizade quando é sincera o esquecimento é impossível
A confiança, tal como a arte, não deriva de termos resposta para tudo, mas,
de estarmos abertos a todas as perguntas.
A dor alimenta a coragem. Você não pode ser corajoso se só aconteceram
coisas maravilhosas com você.
A esperança é um empréstimo pedido à felicidade.
A felicidade não é um prêmio, e sim uma conseqüência,
a solidão não é um castigo, e sim um resultado.
A felicidade não está no fim da jornada, e sim em cada curva do caminho que
percorremos para encontrá-la.
A gente tropeça sempre nas pedras pequenas, porque as grandes a gente logo enxerga.
A glória da amizade não é a mão estendida, nem o sorriso carinhoso, nem mesmo a delicia da companhia. É a inspiração espiritual que vem quando você descobre que alguém acredita e confia em você.
A infelicidade tem isto de bom: faz-nos conhecer os verdadeiros amigos.
A inteligência é o farol que nos guia, mas é a vontade que nos faz caminhar.
A maior fraqueza de uma pessoa é trocar aquilo que ela mais deseja na vida, por aquilo que ele deseja no momento.
A persistência é o caminho do êxito.
A pior solidão é aquela que se sente na companhia de outros.
A SOLIDÃO É UMA GOTA NO OCEANO QUE SÓ OLHA PARA SI MESMA... UMA GOTA QUE NÃO SABE QUE É OCEANO...
Amigos são a outra parte do oceano que a gota procura...
A tua única obrigação durante toda a tua existência
é seres verdadeiro para contigo próprio.
A verdadeira amizade deixa marcas positivas que o tempo jamais poderá apagar.
A verdadeira amizade é aquela que não pede nada em troca, a não ser a própria amiga.
A verdadeira generosidade é fazer alguma coisa de bom por alguém
que nunca vai descobrir.
A verdadeira liberdade é poder tudo sobre si.
Algumas pessoas acham-se cultas porque comparam sua ignorância com as dos outros.
Amigo de verdade é aquele que transforma um pequeno momento em um grande instante.
Amigo é a luz que não deixa a vida escurecer.
Amigo é aquele que conhece todos os seus segredos e mesmo assim gosta de você!
Amigo é aquele que nos faz sentir melhor e sobre tudo nos faz sentir amados...
Amigo é aquele que, a cada vez, nos faz entrever
a meta e que percorre conosco um trecho do caminho
Amigos são como flores cada um tem o seu encanto por isso cultive-os.
Amizade é como música: duas cordas afinadas no mesmo tom, vibram juntas...
Amizade, palavra que designa vários sentimentos, que não pode ser trocada por meras coisas materiais... Deve ser guardada e conservada no coração!!!
As pessoas entram em nossas vidas por acaso, mas não é por acaso que elas permanecem.
Celebrar a vida é somar amigos, experiências e conquistas,
dando-lhes sempre algum significado.
Diante de um obstáculo não cruzes os braços, pois o maior
homem do mundo morreu de braços abertos.
Elogie os amigos em público, critique em particular.
Errar é humano, perdoar é divino.
Evitar a felicidade com medo que ela acabe; é o melhor meio de ser infeliz.
Faça amizade com a bondade das pessoas, nunca com seus bens!
Felicidade é a certeza de que a nossa vida não está se passando inutilmente.

Érico Veríssimo

Precisamos dar um sentido humano às nossas construções. E, quando o amor ao dinheiro, ao sucesso nos estiver deixando cegos, saibamos fazer pausas para olhar os lírios do campo e as aves do céu.