segunda-feira, 18 de junho de 2012

De cunho pessoal

Desilusão

Iludí-me. Enganei-me.
Nenhuma palavra pode descrever
o sentimento de fraqueza decorrente
do desapontamento e da incapacidade
de realizar sonhos.
Ilusão pensar que o “final feliz” das fábulas
pode se realizar nos planos humanos.
Engano crer que pequenas similaridades
podem significar homogeneidade
e comprometimento entre os homens.
O real é condicional.
O futuro, uma consequência
do que se realiza no presente.
O tempo responde as questões
outrora, incompreendidas.
Pior que uma vida de desencantos
é aquela que se fundamenta na mentira,
no orgulho e na insensibilidade.
Altos prédios construídos
sobre fundamentos de isopor.
Desiludí-me.
Desisti de não receber um olhar de aprovação,
de caminhar só, imaginando o dia
que serei acompanhado
por acreditares que somos a completude recíproca
de dois seres análogos.
Cansei de buscar o inalcansável.
Compreendi que tudo foi apenas momentos,
uma negociação onde o confortável
era ter-me por perto.
Palavras apontavam um caminho;
o reflexo de ações, não.
Atirei-me inteiramente
e intensamente num sonho.
Tomei decisões. Voltei atrás.
Retornei à linha convencional
e aceitável socialmente.
E tudo porque não me respondia.
Sobre tudo isto, fica a lembrança,
não de somente um inverno,
mas de verão tórrido
e ventanias
acompanhadas de grandes tempestades
no fim de cada tarde.
Marcas que levarei para sempre
em minha mente.  

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"Uma palavra escrita é semelhante a uma pérola." (Johann Goethe)